quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Topo (A Montanha)


Explode a cena o deserto
suas cores brancas me absorvem
tão longe do sol tão perto

explode o ar esse vento
inóspito hostil impróprio
a dor esquece o momento

o topo
de suor e sorte

cacos de velhos limites
o instante em que se completa
o momento esquece a dor

a resposta clara e vazia
o grito o silêncio o grito
tão perto do sol tão longe

tão louco
e bate forte

marca no tempo e no espaço
talvez única no fluxo
corrente dos dias poucos

e incertos o inevitável
o último passo o primeiro
do meu retorno descida

um porto
o mar sem sombra

e não importa mais nada
quando o desejo de novo
sugerir rota eu aceito

a queda eu aceito a perda
eu aceito o pouco corpo
a cabeça pouca o erro

o topo
como processo

o topo
como conforto

é pouco.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Oito mil metros (A Montanha)


insisto porque é uma fuga que avança
            o preparo dos dias
porque é um mergulho profundo no céu de
            vida inteira
uma solidão tão pessoal, própria
            a respiração dura
de momentos de esforço que ultrapassam
            no ar ralo
a paisagem já vista dos limites,
            quando o grande projeto
de momentos de vida à beira morte
            ganha forma
quando cada detalhe significa
            aceito se vier o
todo um impulso de afinal formar com
            nada, mas eu
o mundo um laço verdadeiro sempre
            quero tudo