quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Pancadas

Como cai
como coro,
melhor seria um soco
que dói, mesmo esperado,
mas numa fincada só.

Nas ruas a chuva insiste.
Não para,
não passa.

Como cai!
Nesse caso,
Mais como espancamento
Pressão que não se afrouxa,
mesmo na dominação.

Na rua a batida insiste
não passa,
não para.

Comecei                   
um barraco
a cogitar a queda,
me mandar morro abaixo
(água dura em terra mel).

Barranco que se mergulha
não para,
apaga,

desce tudo e nada barra.
Mas vamos nos levantar.
Patéticas, barangas
imitações de fênix
encharcadas de lama.
João-bobo de cada aurora.

Mas vamos,
como cai a chuva,
como abre o sol,
como o barro seca.