O
que previne o pulo
não
é o parapeito, nem a pressão
da
intimação do solo, nem a vista
da
pista de janelas que se alonga
à
rua, precário espelho do céu.
O
que permite a pausa
Não
é rejeição moral, nem apego
à
vida, nem o apelo (puxão) da mão
imaterial
da memória, mina
de
rostos, cenas e sensações soltas.
O
que pondera o impulso
não
é a crença em nenhum futuro bom,
não
é aposta em nenhum projeto a prazo,
menos
ainda a possibilidade
de
qualquer sucesso. Ou de te ver.
O
que me prende ao piso
e impede até a simples
inclinação
do corpo
é
uma imensa vontade
de
não fazer nem isso.