A palavra certa não é saudade,
enquanto rolam pela tela
as fotos das horas de lazer
das pessoas que amei
ou quase amei
(ou seja: que amo).
Elas continuam ótimas
(e por poucos segundos
o mundo até parece um lugar bom,
mas eu sei muito bem que é o pior lugar,
coisa que não vem ao caso agora)
especialmente nessa escolha
de seus melhores momentos
(prefiro sorrir ao vivo,
mas, de verdade, fico feliz
por elas escolherem se registrar sorrindo
para serem lembradas sorrindo.)
Será que é essa a paz
que se pode arrumar por um segundo?
(Ou talvez não seja nada de paz
e talvez os segundos se girem em minutos
que têm tanta pressa logo quando eu não tenho.)
Tudo nessa vida também rola
com a pouca pressão dos dedos
e eu continuo
(coisa que não vem ao caso agora).
Talvez até seja
saudade.
