sexta-feira, 31 de maio de 2013

sábado, 4 de maio de 2013

Galáxia

Em cada tempo,
cada lugar,
atos iguais
se repetem. Sempre.

Quando me ofende a extensão
da noite ou do apartamento,
penso na cidade grossa,
na terra hostil, no universo,
nas ilhas de gás e pedra.

Quanto dura o brilho morto
que emana de um sol já cego?
Quanto dura a translação?
Do corpo à esmo, que vago,
lua de elipse sem foco.

Por mares de breu invade
a autoridade do tempo.

Se ao menos você estivesse
ainda por perto, tudo
(não, melhor é ser sincero,
eu me conheço, seria
qualquer outra falta minha).

Enquanto o todo se expande
pelos limites do espaço,
inadequado na ordem
incoerente no cosmos,
em tão patética pompa,

herói galáctico, guardo o
vácuo de estrelas extintas.


Há ainda cem bilhões de pontos.