terça-feira, 24 de abril de 2012

Caverna


Era o sol – seu reflexo na água
mas eu via a lua cheia
os projetores de dança
os ecos de vozes na parede.

Na furtividade da luz fria
não alcanço mas assisto
uma saída ou entrada.
O corpo imóvel, quebrado, duro.

Pode não ser real, não me importa.
A verdade voa leve
e muda assim como as sombras.
(Esse correr livre que faz falta.)

Sombras, não vou ligar se for sempre
todo dia igual à noite.
No escuro de olhos abertos
não mina perdão das telas pedras.

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