domingo, 15 de abril de 2012

Depois do Mundo (8)

Nossos rastros à miragem.

Eu sou de pedra selvagem
mas é também o deserto.

Essa areia é pó de ossos
de projetos como os nossos.

Nada é inesperado, nem impossível, nem impressionante
nesse mar de ruínas humanas.

Nada é inesperado, nem impossível, nem impressionante
nessa terra de dias cansados.

Eu não sou ninguém,
eu não tenho nada,
eu nem tenho nome.

Por fim volta a lugar nenhum.

Talvez eu tenha:
um tempo curto
(mas que não sei
se é mesmo meu.)

e  o que eu sou
(o que me habita,
nômade como
eu mesmo sou).

Por fim de volta a lugar nenhum.

Na areia os ossos
da cidade em pedaços.
Mas nunca foi bela.

No seco os campos
de esforços improváveis.
Mas nunca foi fácil.

Por fim, de volta a lugar nenhum,
vamos viver como cresce o fogo.

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