Rua, como toda rua.
O motorista não fala
nada, talvez sugestão
do meu silêncio cansado.
Possíveis memórias (vagas)
da visita anterior
não atravessam o vidro,
não com as
cores da noite:
a chuva, do
aeroporto
até a rua
anotada
persiste sem se
esforçar.
Ele para, eu pago e o prédio
tem o número que levo
mal rabiscado no verso
amassado de um recibo.
Eu esqueci o guarda-chuva.
Quando o interfone tocou
eu não podia saber
que seria inesperado,
que seria tão patético.
Vou só subir os degraus
esperando o velho rosto
do velho amigo. Campainha.
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