Sentaram no chão comigo
sete dias, sete noites,
e ninguém dizia nada,
porque cada um sabia
que a dor era muito
grande.
Não paro pra reclamar,
também nem tento entender.
O rio não tem parada.
Vivo como se vive
tudo que se é presente,
pelo melhor manejo
que parecer possível
e não tem muito mais.
Há o
fogo?
Virá
o fogo.
Há o
vento?
Vem,
sim, vento.
E
veio
e
pronto.
Tem
doença que a cura é ir vivendo.
E é bem
isso,
O
que chega,
deixa
chegar.
É
bem só isso.
Havia
casa?
Quem
mais havia?
Tudo
acaba.
Todo
mundo acaba.
Os
campos giram com os anos.
O
que já tive,
eu
já perdi.
Tentar,
fazer, é tudo aposta,
tem
que estar disposto a perder.
Pois
eu vim mesmo foi nu,
saí
pra vida bem nu,
do
ventre de mulher, nu,
e
volto assim: só e nu.
Nem procuro mais entender.
Nem paro mais pra reclamar.
Mas que dói, ah, isso dói.
Tem vez que dá pra doer
até muito. Até demais.
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