domingo, 2 de setembro de 2012

Uma visita tarde da noite (4)


Eu poderia dormir.

A manhã talvez traria o meu amigo, que enfim me receberia como combinado, jogaríamos conversa fora sem muito a dizer, comeríamos alguma coisa, antes que ele pudesse finalmente descansar depois da madrugada de trabalho e antes que eu saísse para o congresso depois de aproveitar a oportunidade do rápido encontro ao passar pela cidade que há tanto tempo o contém.

Eu deveria dormir.

Mas a noite é essa mulher que mal conheço e que sempre causou ótima impressão num estado bizarro e pelo menos curioso de distância até meio forçada, quem sabe química, que me sugeriu possibilidades atordoantes, que minha visita, sem se imaginar incômoda, apenas seguindo um combinado, veio atrapalhar: seja um sofrimento por algo específico, seja um exercício regular de autodestruição.

Empatia e desconforto.

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